Sabe aquele amigo de infância que você nunca mais viu?

VAI PROCURAR ELE!!!






Pensa num cara gente boa...


É o Vina!!!


Lembro quando conheci o Vinícius.  Eu já morava a algum tempo no Grajaú (o prédio, não o tradicional bairro da zona norte carioca). Família nova no prédio e com 3 crianças! MASSA, vai ter mais gente para brincar! Eles era de Sampa, e isso, para um piá de Curitiba na década de 80 do século passado, era como se uma família de Marte estivesse aterrizando no planeta e vindo morar no prédio.


O Vinícius era o mais velho dos três irmãos e um ano e pouco mais novo que eu. O cara tinha uma bicicleta muito irada, diferente de todas que eu conhecia, ou seja, não era nem Caloi nem Monark. Era uma Harley das bicicletas!  Quando fomos apresentados até pensei - que saco! Um pirralho! Acho que era uma forma de negar o meu estado de alegria pela novidade mas com o tempo percebi que o cara era gente boa...


Gente boa! O cara era o máximo! Você consegue imaginar um cara que tinha como maior ídolo de infância o DIDI? É, o Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbbo!! Aquele dos "Os Trapalhões". Hoje isso parece ridículo mas na época era muito legal. A gente assitia os trapalhões todos os domingos e, agora, a gente tinha o nosso próprio trapalhão.


Foi uma fase muito divertida da minha vida. Do começo da década de 1980 até os 90 nós tivemos convivência quase diária. Ele estudava com minha irmã mais nova e, como eu passava muito tempo com ela, fiquei bem amigo dele também. Não tinha um dia que não estivéssemos juntos. O CARA NÃO PARAVA!!! Hoje, sem dúvida, ele seria considerado hiperativo. Era impossível estar do lado dele sem ter dor de barriga de tanto rir. Na 8ª série, estudamos na mesma sala. MEU DEUS!! Acho que foi um dos melhores anos da minha vida. Dava gosto de ir para aula. Não lembro de um dia chato. Era só alegria!!


Infelizmente, no outro ano o Vina trocou de colégio e, na mesma época, foi morar em outro prédio. No começo a gente até se falava de vez em quando mas, com o passar do tempo, fomos perdendo contato.


O tempo passou, a Família Moreira Zulian voltou para São Paulo e dessa forma o contato com eles se tornou esporádico.


...


Uns três meses atrás, minha irmã organizou um encontro de ex-alunos do Colégio Bom Jesus. Estava sendo um encontro bem legal até que começamos a perguntar uns para os outros onde estavam algumas pessoas que tinham estudado com a gente e não participaram do encontro. Nessa conversa alguém falou que o Vinícius tinha morrido... Eu não quis acreditar naquilo, minha irmã negava e chegou até a dizer que a pessoa que deu a notícia estava "louca". Logo fui procurar na internet e encontrei o que não queria ver. 


Este encontro foi em 2010 e o Vinícius tinha morrido mais ou menos  um ano antes. Essa notícia foi uma facada no coração. Não dava para acreditar. O cara que era minha referência de infância feliz NÃO ESTAVA MAIS AQUI!! 


Me deu uma sensação de vazio absurda. É difícil de explicar; sinto falta de todo tempo que não convivi com o Vinícius e tenho um ressentimento por não ter feito parte da vida dele antes dele nos deixar.


Agora eu entendo a frase: "A gente só dá valor a alguém depois que a gente perde".


Sabe aquele amigo de infância que você nunca mais viu?


VAI PROCURAR ELE!!!

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